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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Publicidade - Novos Caminhões Volvo São Lançados no Brasil!

O que já esperado há algum tempo finalmente ocorreu. A Volvo lançou a sua nova linha de caminhões pesados no Brasil. No mundo globalizado de hoje, transferência de tecnologia e/ou importação de produtos ocorre numa velocidade louca. Uma demanda específica se apresentou ou uma oportunidade de negócio que seja interessante e imediatamente alguém vai preencher a lacuna. Não foi diferente com a Volvo. Seus novos caminhões foram lançados no mercado europeu em 2012 e desde então se esperava a importação ou fabricação deles em solo brasileiro.

Até que demorou, se lembrarmos que em 1994, menos de 12 meses após o lançamento na Europa a Volvo trouxe para o Brasil o seu novíssimo e Caminhão do Ano (Truck Of The Year) FH12 380 Globetrotter. Dessa vez, depois de 30 meses, em julho trouxe as primeiras unidades importadas do seu poderoso FH16 750, o mais potente do mundo. E nessa semana, dia 13, fez o lançamento dos demais novos modelos, cujo maior destaque aparente é a nova cabine, cujo impacto visual é muito superior ao FH substituído. Com isso a montadora concluiu a renovação total de sua linha de caminhões no Brasil, dos semipesados, pesados e extrapesados.

Primeiro foi lançado os novos modelos semipesados, linha VM (Volvo Médio ou Veículo Médio), com versões de 220, 270 e 330 cv, configurado como chassi rígido e cavalo mecânico, rodado 4 x 2, 6 x 2, 8 x 2, 6 x 4 e 8 x 4. Os novos VM não seguem mais o design de cabine do Renault Midlum e sim dos Volvo FL suecos. Depois veio o importado FH16 750. Por último, os caminhões FH, FM e FMX tiveram suas cabines atualizadas e vários outros componentes. Praticamente a partir de agora são idênticos aos modelos fabricados na Suécia, excetuando os motores, lá é Euro 6 e aqui a motorização segue a Norma Euro 5.

A renovação total do portfólio de caminhões tornará a Volvo extremamente competitiva e agressiva no mercado. Com efeito, o seu semipesado VM já é o segundo colocado em vendas no seu segmento e pode até vir a desbancar o líder VW Constellation 24.290, somadas as vendas do VM tradicional e do VM Estradeiro (Série Especial). Nos pesados, o FH 460 segue firme na segunda posição, perdendo unicamente para o Scania R 440. Entre as novidades que merecem destaque agora, é de que a cabine que equipa o extrapesado FH16 750 passará a equipar os modelos FH com motores de potência de 460 e 540 cv.

É um ganho e tanto como argumento de vendas para dois modelos extremamente competitivos no mercado. Além da beleza visual externa da nova cabine, o espaço interno passa a contar com 1 metro cúbico a mais de volume, se comparado com a versão de cabine anterior. Este espaço interno na cabine, ampliado, significa que nos diversos porta-objetos/guarda-volumes houve um acréscimo de 300 litros a mais de espaço para acomodar itens de conveniência. Não creio nessa hipótese, acho exagero, mas é o que disseram.


O design dos bancos também foram reestilizados, recebendo camadas de maior densidade de espuma, além de mais ajustes visando à acomodação do corpo e a ergonomia. O volante de direção, idem. O painel do motorista e o cluster de instrumentos são totalmente novos, com controles reposicionados e novo formato dos demonstradores de valores para leitura, analógicos e digitais. A eletrônica embarcada também sofreu alterações. E para mais e melhor. Conta agora com o sistema “I-See”. Ativado, o software monitora a rota e aprende, memorizando, as curvas, aclives e declives. Feita a leitura a transmissão automatizada I-Shift se programa em tempo hábil, reduzindo ou não as marchas, além do acionamento do freio motor com vistas a otimizar a condução e reduzir o consumo de combustível.

O “I-See” dever fazer com que, por exemplo, um FH 460 da geração anterior seja mais lento que um FH 460 do novo modelo, pois ele trocará de marchas e ativará o freio VEB de forma mais rápida e mais vezes. Com isso, num mesmo trajeto, mesma configuração de carreta e peso, o novo FH será mais rápido e econômico. A Volvo garante que a economia fica na casa de 3%. É pouco?
Não, vamos às contas. Se o FH 460 fazia cerca de 2,8 km/litro tracionando carreta de três eixos, cavalinho trucado (6 x 2), a nova versão, com o “I-See” promete o numeral de 2,89 km/litro. Rodando 10.000 quilômetros/mês a versão anterior do FH gastará 3.571,43 litros de diesel.

O novo FH 460 consumirá 3.460,21 litros de diesel. Uma redução mensal de 111,22 litros/mês, 1.334,64 litros em 12 meses. Com preço médio de R$ 2, 279/litro, vamos aos números, novamente:
1º) Versão antiga do FH 460: gastos mensais de diesel = R$ 8.139,29. Gastos no ano = R$ 97.671,48.
2º) Versão nova do FH 460: gastos mensais de diesel = R$ 7.885,82. Gastos no ano = R$ 94.629,84.
Com o novo FH 460, estamos nós comparando o modelo pesado mais vendido da Volvo, a redução de gastos mensais com óleo diesel será de R$ 253,47, R$ 3.041,64 em 12 meses. Sem contar que o novo FH percorrerá o mesmo trajeto num tempo menor de viagem. Menor tempo resulta num motor desligado. Motor desligado não consome. Mais economia.

Na apresentação da nova linha de caminhões da linha F, dirigentes da Volvo ressaltaram a conectividade da nova linha, com mais eletrônica embarcada. Entre eles o aplicativo My Truck. Ele está disponível na APP Store (para aparelhos Apple) e no Google Play (para aparelhos com o sistema operacional Android). Ativado, é possível ver pelo GPS onde o caminhão está rodando ou parado, além de dados de condução e desempenho, em tempo real. Os parâmetros para avaliação permitem o monitoramento do consumo do Arla 32, do óleo lubrificante, óleo diesel e vários outros itens operacionais. É também um item de segurança, pois se o alarme for acionado o usuário receberá um alerta.

Dando continuidade aos aperfeiçoamentos na eletrônica embarcada, fazem parte da arquitetura de segurança o controle eletrônico de estabilidade (ESP), piloto automático ACC e o monitoramento da faixa de rolagem LKS, sem contar todos os itens que já faziam parte da versão anterior. O ACC permite manter uma distância constante e segura em relação ao veículo automotor que trafega à frente. O ESP reduz a possibilidade de derrapagem e capotagem em curvas, enquanto o LKS alerta o motorista caso o caminhão saia da sua pista e invada a pista contrária. Também se faz presente o detector de nível de atenção DAS, que alerta o motorista se ele começar a ziguezaguear na pista, o que indica fadiga ou sonolência.

Quanto ao powertrain, especificamente o motor, também aconteceu ajustes que permite otimizar o desempenho operacional. O FM, além da potência de 370 agora passa a contar com a de 380 cv. O FH conta com potências de 420, 460, 500 e 540 cv. Os FM e FH também passam a dispor com configurações de chassis 8 x 2 (cavalo mecânico bitruck). Os FMX contam com configurações de tração integral, 4 x 4 ou 6 x 6. Com potências de 370 aos 540 cv. Por último, vamos aos preços de compra dos novos modelos. Estima-se em 20% a mais. Então, vamos a novos comparativos:

1) FH 420 4 x 2 (versão anterior): R$ 442.500,00. 2) Novo FH 420 4 x 2: R$ 531.000,00. O que já era caro, ficará mais caro ainda. Enquanto isso, um Scania G 400 4 x 2 sai por R$ 459.726,00. Um Mercedes-Benz Axor 2041 custa R$ 331.463,00. Do Iveco Stralis 400 não temos os preços. Mas um Ford Cargo 2042 4 x 2 sai por R$ 271.003,00. O International 9800i 6 x 2 custa R$ 300,000,00. Um Sinotruk A7 420 6 x 2 custa R$ 302.142,00.

Realmente, para compensar o custo pra lá de extremamente alto dos novos Volvo, e até para recuperar o investimento feito, além da remuneração sobre o capital investido, a economia prometida é pouca. Se o cidadão pensar, repensar, calcular, recalcular, o capital a ser empregado na aquisição de um único novo Volvo FH 420, R$ 531.000,00, dá para comprar dois Ford Cargo 2042 4 x 2, se colocar mais R$ 11.006,00. A Scania e a Volvo praticam preços no Brasil muito acima da média dos demais concorrentes sem a devida contrapartida que justifique tamanho investimento. Na planilha de custos operacionais, custos fixos e custos variáveis, um Volvo ou Scania pouco difere de um Axor ou MAN. Nem nas suas matrizes as duas suecas praticam preços tão altos quanto no Brasil.

Fonte: Mobilidade em Foco: Aqui o Debate é Técnico Texto: Carlos Alberto Ribeiro

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